sexta-feira, 29 de março de 2013

Estava tão escuro...

Estava tão escuro que chegava a ser sufocante e a custar respirar...
Pensar que toda aquela fantasia podia acabar um dia,estou chamar-lhe fantasia por parecer tão bom e irreal . Era um medo absurdo mas constante, saber que um dia aquilo que estou a viver poderia vir a ser a realidade de outra pessoa, que ela iria estar a viver o que eu em tempos tinha vivido . E ela estar tão feliz, como eu fui.
Ás vezes sem razão nenhuma deitava-me na cama a olhar para o tecto e a recordar todos os momentos, a pensar se estaria a sonhar ou se desta vez tinha acertado.
Agora mais que nunca estava cheia de receios e medos, talvez por ter encontrado alguém que me fizesse tão bem que custava acreditar, talvez por nunca ter sentido aquilo.. 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Coincidências são titulos

Um dia eu vou ter de ir embora e tu vais ter de me deixar ir com a mesma vontade de quem pede para ficar. Abraçar-me como se houvesse o amanhã e eu já não lá estivesse, não estivesse para sentir os braços quentes e apertados..
Vais ter de aprender a lidar com um bom dia de outra pessoa, com um sorriso desconhecido e criar uma conversa que não te faça lembrar de mim mas nunca esquecendo do que falamos.
Imaginar que vamos cruzar-nos de novo sabendo que vai haver uma enorme tensão, um ambiente pesado, uma troca de olhares intenso e os músculos a reagirem.
Perceber que ir embora não vai ser deixar-te, que vai apenas fazer-nos aprender o que é a distância e as suas consequências. Vamos aperceber-nos de que as coincidências são títulos para momentos que estavam planeados e que esses momentos estavam mais certos do que as palavras trocadas neles.
Um dia vamos aprender que a distância não é medida nem calculada.

sábado, 16 de março de 2013

O desenho

Ás vezes não dá para descrever aquilo que estamos a sentir, é daquelas sensações regulares mas misteriosas.  É um vai-vem de dúvidas ou simplesmente de pensamentos idiotas.
É o sentir que estamos bem mas que mesmo assim nos falta qualquer coisa, que temos tudo aquilo que um dia quisemos mas imaginamos de outra forma.
Tudo é mais perfeito e irreal quando está na nossa cabeça, quando não passa de um rascunho feito que não está ainda preparado para ser definitivo.
Depois desse rascunho tudo parece ser fácil não é? mas não, porque as linhas não correspondem e o desenho nunca é igual.  E passamos a vida a desenhar as mais perfeitas obras de arte para exposições ás quais só irão aparecer uma ou duas pessoas.
Mesmo quando tudo parecer difícil não largues o lápis, não uses a borracha, porque as imperfeições fazem parte de tudo, até mesmo de quem desenha.

quarta-feira, 13 de março de 2013

uma forma diferente

Enquanto a água corria ela respirava fundo e pensava em tudo aquilo que a atormentava..
Lembrava-se de momentos dos quais só desejava apagar com uma borracha, ironicamente como se o fizesse tão facilmente como diz. Era uma daqueles dias em que sentia um enorme peso sobre si e não conseguia livrar-se dele.
Só queria fechar os olhos e imaginar uma forma diferente de contar a história daquele que tinha sido o dia mais estranho da sua vida. Recordava a tensão que abafava algum bom ambiente ou estado de espírito positivo.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Viagem de partida

Passou um ano correr, e eu lembro-me como se fosse ontem, nós dois ali sem saber o que dizer mas com vontade de o fazer.
Não deu para te conhecer bem, nem perceber o teu ser completo. Passas-te por mim como um vulto que só vi uma vez e fiquei curiosa por rever aquele momento, embora já se tivesse ido embora.
Não podia imaginar no que poderia acontecer se avança-se, na altura estava tão tapada pela ilusão e pelo medo que me esquecia que somos todos diferentes.
E surpreendeu-me porque conseguia roubar-me sorrisos intensos e verdadeiros, como eu já não me lembrava...
E parecia tudo tão natural, até há tua partida, até ao dia em que me viras-te costas e nem percebi que era um adeus. Ficou muita coisa por dizer, e eu tive de aceitar sem poder manifestar o receio que tinha de nunca mais te ver.