sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Umilhãodecoisas

Ria-me, mas era tudo nervos e demasiada pressão em cima...
Era como ver o comboio passar e ter a capacidade de o apanhar mas simplesmente ficar a observá-lo como uma criança quando está perante um estranho que lhe sorri. Esta criança estava tão assustada mas convicta de que podia sorrir também e retribuir aquilo que lhe estava perante os olhos, podia até agarrar a mão dessa pessoa cujo nome lhe era desconhecido tal como a sua face.
Se eu estava capaz de apanhar aquele comboio havia outra coisa que me impedia e eu tentava descobrir dentro de mim tal como alguém que passado 30 anos abre um baú e recorda cada momento que os objectos fazem lembrar e por fim deita uma lágrima, e em seguida tantas que inconscientemente a levam ao encontro e ao dia que a fez estar assim, tal como agora. 
E entre tantas recordações , acabei de perder o comboio, baixei os braços frustrada por saber que eu podia ter ido dentro dele mas preferi ficar a vê-lo ir, decidi fechar o baú e o bebé escolheu não sorrir mais para ninguém..